A Honda oferece um grande leque de modelos no Brasil, com opções de 110 cc a 1.800 cc, de R$ 10 mil a R$ 300 mil. Um dos nomes em destaque é a Africa Twin, representante da marca no crescente e disputado segmento das big trail. E agora há novidades.
Africa Twin DCT nacional
A aventureira segue oferecida em duas versões, Africa Twin e Adventure Sports. Ambas podem sair da loja com câmbio tradicional (manual de 6 marchas) ou automatizado de dupla embreagem (DCT), exclusividade da marca.
As manuais há tempos são montadas na moderna fábrica de Manaus (AM), mas as DCT eram importadas até 2022 e passaram a ser fabricadas aqui. Aliás, todas as motos Honda com câmbio DCT à venda em qualquer lugar do mundo eram fabricadas no Japão. Agora, a Honda do Brasil é a primeira subsidiária a montar motos com a tecnologia e começou os trabalhos pela Africa.
Africa é fabricada ou montada em Manaus?
O conceito de ‘fabricação’ é interpretativo. Se o levarmos ao pé da letra veremos que o Brasil tem pouquíssimas fábricas de motos, onde há complexos processos de usinagem, fundição, estamparia e outros procedimentos. Onde entram barras de metal e saem motos, basicamente. Na maioria dos casos (e das fábricas) há apenas montagem de kits, com pequenos procesos de secundários (como pintura ou injeção de plásticos)
As Honda de baixa cilindrada são fabricadas em Manaus, com índices de nacionalização que passam os 95%. Já modelos maiores e de menor volume têm processos mais simples. É o caso da Africa Twin. Apesar de montada aqui, ainda há muitos componentes (especialmente do motor) que vêm do exterior em kits. E não há nada de errado nisso, estamos apenas esclarecendo dúvidas que frequentemente chegam até a redação.
Novidades na Africa Twin 2023
A principal novidade da big trail para o modelo 2023 é a nacionalização, uma vez que ela segue com o mesmo conjunto mecânico e eletrônico. Além disso, recebeu novidades no setup do câmbio, com relação mais curta nas primeiras marchas.
Assim, a Africa Twin segue movida pelo motor de 2 cilindros em linha, OHC, de 1.084 cm³. Ele gera 99,3 cv de potência e 10,5 kgf.m de torque, a 7.500 rpm e 6.000 rpm. Pode ser equipada com câmbio manual de 6 marchas ou automatizado de dupla embreagem, também de seis.
É uma big trail de respeito. Tem longas suspensões Showa (230 mm na dianteira e 200 mm atrás), rodas raiadas de 21″ e 18″ e 250 mm de vão livre do solo. Na tecnologia, conta com 4 modos de pilotagem (mais 2 personalizáveis), painel TFT de 6,5″ integrado com Apple Car Play e Android Auto, iluminação full LED, cruise control, wheelie control, ABS comutável e mais.
Quem optar pela versão Adventure Sports ainda terá outros recursos. Na lista, cornering light, suspensões eletronicamente ajustáveis, tanque de 24,6 litros (6 litros a mais), manoplas aquecidas e protetores de mão. Veja as principais diferenças entre a Africa Twin de entrada e a AS.
Porque nacionalizar o modelo
O fato de ter a Africa Twin (especilamente na versão DCT) nacionalizada é particularmente interessante por dois fatores. O primeiro: mostra o quão moderna e tecnológica é a fábrica brasileira, a ponto de ser a única do mundo fora do Japão a conquistar o direito de montar modelos com câmbio DCT. Já o segundo é mercadológico.
Apesar de dominar o mercado brasileiro historicamente, com market share entre 70% e 80% (75,8% em 2022), a Honda trava grandes embates com concorrentes em segmentos específicos. Na alta cilindrada, por exemplo, afirma ter mais de 30% de share, mas para isso considera o volume das médias CB 500F e CB 500X, que emplacaram quase 6 mil motos ano passado.
Nacionalizar uma moto importante como a Africa Twin DCT, que representa a Honda no crescente e exigente segmento das big trail, mostra que a marca está disposta a fazer grandes investimentos para atrair o público de maior poder aquisitivo. Além disso, ressalta o próprio câmbio automatizado de dupla embreagem, uma exclusividade sua entre as motos. Por fim, vem ao encontro de outras ações, como o reforço da rede de concessionárias Honda Dream e o lançamento de outros modelos simbólicos por aqui, como a CBR 1000 RR-F Fireblade 30th Anniversary.
Vantagens para quem compra
E para o consumidor, onde sai ganhando com o fato da Africa Twin ser nacionalizada em todas suas versões? Basicamente, em dois pontos.
O primeiro é o maior volume de motos no mercado, uma vez que montá-la aqui é mais efetivo que esperar motos inteiras virem do Japão. Assim, a Honda pretende suprir a demanda reprimida do modelo. Em bom português, o consumidor irá esperar menos para ter sua Africa DCT.
Já o segundo é o preço. Nacionalizar a moto pode até não deixá-la expressivamente mais barata, mas irá torná-la mais resistente às flutuações do mercado internacional. Então se ela não ficar mais barata, ao menos não deve se tornar mais cara.
Preços e versões da Africa Twin 2023
Como dito, a Africa Twin 2023 segue com a receita que já conhecemos. Assim, é encontrada nas lojas nas versões de entrada e Adventure Sports, ambas podendo ser equipadas com câmbio manual ou DCT – que deixa o modelo cerca de R$ 7 mil mais caro. Segundo os preços sugeridos, custa:
– Africa Twin manual: R$ 81.100
– Africa Twin DCT: R$ 88.100
– Africa Twin Adventure Sports manual: R$ 102.130
– Africa Twin Adventure Sports DCT: R$ 109.130
Já o preço final, encontrado nas lojas, é difícil mensurar. Isso porque a tabela Fipe não considera as opções de câmbio e organiza os valores apenas pelos modelos. Segundo ela, uma Africa Twin custa em média R$ 96.775, enquanto a Adventure Sports é vista por R$ 118.209.