Kawasaki H2R SX é uma das motos mais impressionantes da atualidade. Nascida em 2015 (sim, lá se vão seis anos) como Ninja H2, ela depois mudou de nome porque a fábrica japonesa resolveu considerar as H2 “uma marca à parte”, tamanha a distância tecnológica que a separava dos outros modelos produzidos em Akashi, no Japão. A H2R SX sempre foi tão formidável que era até difícil considerar que pudesse sofrer aprimoramentos impressionantes. Mas a Kawasaki achou que sim, e a moto chega à linha 2022 com melhorias consideráveis.

Por exemplo, a parte eletrônica foi enriquecida com o Advanced Rider Assist System (Aras), nome pomposo para um conjunto de recursos que funciona alimentado pelas informações fornecidas por radares instalados na frente e na traseira da moto.

Temos, então, piloto automático adaptativo, aviso de colisão frontal e detecção de pontos cegos. Mas permanecem os quatro modos de pilotagem de antes: sport, road, rain e manual. Neste manual, todos os dispositivos de assistência podem ser ajustados de forma independente.

Sendo uma super-touring, e não uma esportiva puro-sangue, a H2R sempre foi razoavelmente confortável. Mas a Kawasaki achou que “razoavelmente” era pouco e botou na moto bancos mais largos e macios, aquecimento de punhos e a mesma suspensão Skyhook com ajustes eletrônicos aplicada na big trail Versys 1.000, que é confortável como o sofá da sua casa. Com ela, você ajusta a moto para o peso que estiver carregando – só piloto, piloto e garupa e ambos mais bagagem.

De bônus ainda vieram o monitoramento de pressão dos pneus, para você saber quando tem que calibrá-los, o “hold assist” – espécie de freio de estacionamento que permite parar a moto mesmo em rampas sem precisar manter a mão ou o pé no freio – e a chave presencial, pra poupar o trabalho de… usar a chave na ignição!

O painel de instrumentos, por sua vez, ficou maior – agora a tela de TFT tem 6,5 polegadas. E continua sendo um caso à parte: é um dos mais completos do mundo. Tem três modos de exibição (fundo preto, branco ou automático, quando muda de acordo com a intensidade da luz natural) e conectividade com smartphone por aplicativo próprio da Kawasaki.

É dividido em três “áreas” – superior, intermediária e inferior. A superior mostra modo de condução integrado, indicador de posição de marcha, indicador de configuração de distância, indicador do piloto automático, conta-giros, funcionamento do quickshifter e do controle de freio-motor e até a pressão aplicada no acelerador.

Na intermediária, surgem o velocímetro, luzes-espia, indicador de manutenção e econômetro. E na parte inferior são exibidas as informações de hodômetros total e parciais, pressão do compressor, consumos médio e instantâneo, autonomia, velocidade média, tempo de viagem, carga da bateria, nível de combustível, pré-carga da suspensão Skyhook, temperatura externa, aviso de congelamento, indicador de dispositivo conectado, relógio e temperatura do motor. Ufa!

No aspecto visual, a H2R ganhou uma luz central na frente da moto e face-lift nos emblemas “supercharged” e nas carenagens frontal e laterais, além de espelhos mais aerodinâmicos e para-brisa 5 cm mais baixo. Já na parte mecânica há mais novidades. Vamos por partes…

A segunda marcha foi reescalonada (com número maior de dentes) para otimizar a entrega da potência em giros médios, reduzir ruídos e tornar o uso da moto no dia a dia mais amigável, sem prejudicar a performance na estrada. Já o fluido de embreagem passou a ter mais volume, para dar mais pressão no sistema e facilitar a troca das marchas, que não era tão macia – e achar o ponto morto nem sempre era fácil.

Também foi aplicado um silenciador de resina na entrada secundária de ar para reduzir o ruído mecânico. A câmara de pré-silenciador do escapamento foi eliminada e o coletor do escape ficou mais longo, para proporcionar uma sensação de motor mais “solto”.

A ponteira de escape também mudou, em busca de um som mais coerente com as mudanças no sistema de exaustão. Quer mais? A trava de capacete e a tampa do reservatório de óleo também são novos, e os pneus agora são Bridgestone modelo Battlax Hypersport S22.

O motor, por sua vez, é o mesmo de antes: a usina de força com quatro cilindros em linha e 998 cm³ sobrealimentada por compressor de ar. Rende 172 cv de potência a 10.300 rpm e torque de 12,3 kgf.m. Nos Estados Unidos, a moto chega à linha 2022 custando US$ 27.500 – pouco mais de R$ 153 mil em conversão direta (cotação de 25/11). A H2 foi vendida no Brasil em duas versões, H2 e HS2 SX SE, entre 2018 e 2020. Mas depois disso não veio mais. Por enquanto, permanece sem previsão.

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