Novo modelo será lançado em novembro, com motor de dois cilindros e 755 cm³: haverá também a opção de propulsão elétrica
Durante 10 anos, entre 2004 e 2014, quando saiu de linha, a Honda CB 600 Hornet (Vespa, em inglês) fez enorme sucesso no Brasil. Equipada com motor de quatro cilindros em linha, herdado da superesportiva CBR 600R, mas ligeiramente amansado, entregava 102cv.
A procura ganhou tal dimensão que, em 2009, o Brasil se tornou o maior consumidor mundial da Honda Hornet 600 entre todos os mercados onde era comercializada. Até hoje, os modelos usados contam com boa procura.
Contudo, os viúvos da Hornet 600 podem comemorar, pois a Honda vai ressuscitar o modelo a partir de 2023: o lançamento está previsto para o Salão de Milão (EICMA) na Itália, em novembro deste ano. Entretanto, nada será como antes.
Visual da Honda Hornet 2023
As formas gerais já foram antecipadas em sketches (desenhos preliminares), revelando que a agressividade da Honda Hornet continua. Porém, a nova naked ganhou linhas mais angulosas, obedecendo às tendências de estilo, com rabeta fina e inclinada para cima.
O volume será bastante compacto, privilegiando a maneabilidade e praticidade. Além disso, a nova Honda Hornet terá uma frente com farol pontudo e abas laterais ao tanque. Com tudo isso, o designer responsável pelo desenho, Giovanni Dovis, garante que o DNA da esportividade será mantido.
Novo motor da Honda Hornet 750
Neste quesito é que faltou “combinar com os russos”. Agora, o propulsor da nova Honda Hornet, revelado recentemente, tem dois cilindros paralelos, em de quatro dispostos em linha, como era originalmente.
Quando foi substituída pela Honda CB 650F, o motor permaneceu com quatro cilindros, porém, passou de 102cv para 87cv. A mudança foi necessária para atender as novas e mais rígidas normas ambientais de emissões.
No pacote, o quadro em alumínio passou a ser de aço, a suspensão dianteira deixou de ser invertida e o peso subiu 18 kg. Agora, a Honda Hornet inaugura uma nova era, com motor de dois cilindros, 755 cm³, oito válvulas, comando Unicam e defasagem de 270 graus no virabrequim.
A potência é de 91,7cv a 9.500 rpm, e o torque, de 7,7 kgfm a 7250 rpm. O líder do projeto de desenvolvimento do motor, Fuyuki Hosokawa, compactou bastante as dimensões, esmerou no sistema de exaustão e garante que o caráter esportivo e divertido estará presente.
O que ele não revelou é que o motor dará início a uma nova família de motores, para equipar diferentes modelos, atendendo às exigentes normas de emissão de poluentes. Um dos modelos será a Africa Twin 800, para combater a Yamaha Ténéré 700: ambas estão na mira do mercado brasileiro. A Honda também rinformou que vai intensificar a produção de modelos elétricos.
O plano é lançar, até 2025, 10 ou mais modelos elétricos globais (inclusive no Brasil), atingindo 1 milhão de unidades. Até 2030, a conta é de 3,5 milhões de unidades, representando 15% do volume total de vendas, entre scooters e motocicletas.
Para tanto, a Honda (em consórcio com outras montadoras) está desenvolvendo novas baterias em estado sólido, que proporcionam maior autonomia, além de um programa de baterias compartilhadas para reduzir o tempo de “recarga”.
Álcool
A montadora, entretanto, não desistiu dos motores a combustão interna e continuar desenvolvendo-os. Por exemplo, o novo propulsor da Honda Hornet 750 dará origem a uma nova família.
Porém, o foco será a neutralidade de carbono. Nesse quesito, o Brasil tem bastante relevância e tecnologia. É que o maior fabricante de motos do mundo, entre outras medidas, vai introduzir a engenharia dos motores “flex”, já adotados aqui, em mercados emergentes e em acelerada expansão, como na Índia, por exemplo, e também em outros mercados onde houver oferta de álcool/etanol.