Um sucesso não existe sem polêmicas, não é mesmo? Então hoje vamos falar de uma moto que é tudo isso: a Honda CB 300 R. Ela ficou nas lojas por apenas 7 anos e já deixou as vitrines há quase 10 calendários, mas ainda é popular nas ruas, com uma legião de fãs e haters.

Honda CB 300 R: desempenho, consumo e mais

A Honda CB 300 R foi lançada em junho de 2009 com a missão de substituir a bem-sucedida CBX 250 Twister. Aliás, a naked nasceu junto da trail XRE 300, compartilhando motor e adotando a injeção eletrônica, ainda novidade na época.

A base dos propulsores era a mesma das antigas 250cc, mas agora a capacidade cúbica cresceu de 249 cm³ para 291,6 cm³. Desta forma, a cavalaria máxima foi dos 24 cv das 250 cc para 26,5 cv nas CB e XRE. E enquanto a potência máxima era atingida aos 7.500 rpm, o pico de 2,81 kgf.m de torque vinha aos 6.000 rpm.

Em 2013 a CB 300 R recebeu mudanças, tanto no visual quanto no motor, que agora passava a ser bicombustível. Na estética o modelo recebeu novos defletores laterais no tanque, piscas com lentes translúcidas e o painel ganhou luz indicadora para a partida com etanol.

Já o novo motor Flex podia consumir álcool e gasolina, ou mesmo uma mistura dos dois em qualquer proporção. Assim, passou a entregar 26,53 cv a 7.500 rpm e 2,82 kgfm a 6.500 rpm, com gasolina, e 26,73 cv e 2,86 kgfm com etanol, na mesma faixa de rotação.

Contudo, mesmo voltada a uma pegada mais esportiva, o consumo não era ameaçador, mas também estava longe de ser invejável… No nosso teste de 2012, fez 24,3 km/litro de média, número que caiu para 20 km/litro em uma tocada mais ousada.

CB 300, uma moto e uma polêmica: trinca?

A Honda CB 300 R nasceu bela, tinha seu visual inspirado na segunda geração da CB 600F Hornet. Contudo, o novo motor redimensionado teve um aumento das válvulas de admissão e escape. No entanto, isso resultava em uma menor espessura das paredes do cabeçote, onde as velas ficam alojadas.

O resultado foi, segundo alguns clientes, superaquecimento e trincas no cabeçote. A Honda chegou a comunicar que unidades fabricadas até o modelo 2012 deveriam receber inspeções a cada 4 mil km, verificando possíveis folgas nas válvulas, conforme previsto no manual do proprietário. Entretanto, nunca reconheceu qualquer defeito de fabricação e não realizou recall do modelo.

O suposto problema seria resolvido em 2016, com a adoção de componentes redimensionados e o desenvolvimento de um novo cabeçote. Entretanto, a naked não teve muito tempo para novidades, pois a CB 300 R saiu de linha ainda 2015, dando lugar para a CB 250 Twister. Já a XRE permaneceu nas lojas e recebeu o motor atualizado.

E agora, será que a moto ainda vale a pena? 

Nunca houve um recall oficial para solucionar o defeito crônico na CB 300, relatado por consumidores. Contudo, quase 10 anos depois da moto ter saído de linha, detectar, avaliar e resolver o problema no motor não é um mistério. Apenas uma questão financeira.

Isso porque o que deve pesar na hora da compra é uma boa avaliação, no mecânico, e mesmo conferindo o histórico de manutenções do modelo. Resolvido isso, a velha CB 300 R tem um conjunto eficiente que pode agradar muitos pelo visual e desempenho. E também pelos equipamentos, com painel digital, motor Flex e freios ABS nas duas rodas nos últimos anos.

Contudo, apesar da CB 300 R ser mais potente que a nova CB 300F Twister, não tem a sexta marca e a embreagem deslizante. Por último, o preço. Segundo a tabela fipe, uma CB 300 R custa aproximadamente R$ 12.720 se fabricada em 2015. Para comparação, uma CB 250 F Twister, produzida mesmo ano mas com conjunto mecânico absolutamente diferente, custa R$ 16.670. Se você quiser ir de 0km, prepare os R$ 26.300 para comprar uma nova (e muito mais moderna) CB 300F Twister.

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