Especialmente nas grandes cidades, com volume de tráfego elevado, quem anda de motocicleta sabe que ela é o veículo ideal para tornar os trajetos do dia a dia mais rápidos e descomplicados.
Todavia, uma das práticas mais difundidas entre os motociclistas – a de andar no corredor de moto, entre as fileiras de automóveis lentos ou literalmente parados – é sempre alvo de críticas e questionamentos.
De acordo com a legislação de trânsito vigente em nosso país, não há impedimento legal, ou seja, não há lei que proíba explicitamente tal prática, mesmo se, de tempos em tempos, ocorram tentativas para proibir ou regulamentar este hábito tão arraigado entre os motociclistas brasileiros.
Tanto no CTB – Código de Trânsito Brasileiro – de 1997, quanto no novo CTB, que entrou em vigor em abril de 2021, os artigos que regulamentavam e/ou restringiam a circulação de motos no corredor foram vetados pelos presidentes da república em exercício, o que preservou o direito de todos os motociclistas de circular entre os carros.
É importante lembrar que, além da economia de tempo nos percursos que rodar nos corredores proporciona, o incentivo ao uso de motos e scooters garante forte redução de gastos com combustível, fator que está diretamente associado a uma menor emissão de poluentes.
Não é apenas o condutor da motocicleta que se beneficia com a rapidez de deslocamento, economia ou sustentabilidade da moto, mas a sociedade como um todo. Isso para não falar da cada vez mais frequente utilização de entregadores para diversos fins, do transporte de documentos às compras mais variadas, que vão do remédio ao alimento, o que facilita a vida de toda a sociedade e dá sustento a uma crescente legião de profissionais do guidão, sem os quais as grandes cidades literalmente parariam.
Então, rodar no corredor é legal? Como vimos acima, sim, se o “legal” for do ponto de vista jurídico, mas o problema, que motiva as críticas de parcela da sociedade, é que uma pequena (mas muito visível) parte dos motociclistas, não usa o corredor de forma legal, no mais amplo e popular sentido desta palavra.
Então, vamos dar cinco dicas que te ensinarão a como pegar o corredor de moto de maneira adequada, sem irritar os motoristas e nem assumir riscos que podem prejudicar tanto que pilota a moto como outros usuários das vias públicas, sejam eles motoristas de carros, ônibus, caminhões, pedestres e as cada vez mais utilizadas bicicletas.
VELOCIDADE – No corredor formado por carros parados ou quase, a velocidade deve ser baixa, no máximo 20 ou 30 km/h. Caso o fluxo do trânsito seja normal, o motociclista deve rodar no corredor a uma velocidade levemente superior à do trânsito cerca de 10 ou 15 km/h a mais, e nunca além do limite estabelecido para a via. De fato, o bom senso deve ser a regra, o que indica que passar “rasgando” entre os carros é, além de perigoso para quem pilota a moto, assustador para quem é ultrapassado.
BUZINA – Alguns motociclistas costumam buzinar sem parar quando circulam no corredor, justificando tal algazarra sob o pretexto de quererem alertar os motoristas para que não mudem de faixa. É importante lembrar que a poluição sonora é algo tão nocivo à saúde humana quanto a própria poluição atmosférica. Sendo assim, use a buzina no corredor apenas quando for necessário, e não de modo irritantemente contínuo.
LUZES – Andar com o farol baixo ligado de dia é um procedimento dos mais simples e adequados para garantir a segurança. No caso de rodar no corredor, tal atitude é ainda mais importante. Mas, atenção! Use o facho baixo, não caia na conversa de motociclistas que defendem o uso do facho alto “para ficarem mais visíveis”, uma vez que tal prática é passível de multa de acordo com o CTB. Outra óbvia atitude é cuidar da parte elétrica como um todo: pisca-piscas, luzes de posição e de freio devem sempre ser checadas.
TRAJE – Seja para rodar no corredor de avenidas congestionadas, ou na mais tranquila das ruinhas de bairro, o motociclista deve sempre se vestir com o melhor aparato de segurança possível, vale dizer capacete homologado, jaqueta e calça com proteções e calçado de cano alto. A jaqueta deve ser, de preferência, de cores claras, ou ter detalhes reflexivos. O “ver e ser visto” é regra básica da segurança ao guidão.
CONCENTRAÇÃO – Rodar no corredor significa passar em uma fresta com veículos que se movem longitudinalmente e transversalmente. Nesta condição, a concentração deve ser máxima. Qualquer imprevisto – um carro que muda de faixa ou mesmo uma freada repentina da moto que eventualmente esteja à sua frente – exigirá toda sua habilidade, e quanto mais focado você estiver na pilotagem, menor será o risco de um acidente.
ATITUDE – A melhor atitude para rodar no corredor é a defensiva. Habitue-se a antever os movimentos do trânsito. De um modo geral, os motoristas trocam de faixa constantemente, e nem sempre sinalizam a manobra. Não adianta se irritar e nem ter uma reação de “professor”, querendo ensinar ao mundo o que é certo e o que é errado. Ninguém está livre do erro, perfeição não existe. O melhor é ser tolerante, lembrar que motociclistas são frágeis, e que, no confronto com veículos maiores, quem mais terá a perder é você.
fonte: honda