A Yamaha YZF-R15 foi apresentada durante o Festival Interlagos – Motos, em junho. Já revelamos aqui as especificações da esportivinha e até as primeiras impressões de pilotagem, feitas no circuito de Interlagos pelo repórter Alexandre Ciszewski – com uma versão “de pista” mesmo, mas muito similar à que será vendida nas concessionárias Yamaha a partir de novembro.
Agora é hora de fazermos um comparativo: será que valerá a pena comprar a R15, na comparamos com as outras motos de baixa cilindrada do mercado brasileiro? É verdade que não há nenhuma esportivinha carenada nesse segmento, mas ali estão as best-sellers com seus preços razoáveis e conjuntos mecânicos extremamente confiáveis.
Então, objetivamente, vamos aos fatos e aos números. Para começar, o design da R15 é bem legal. Tem identidade com a linha de esportivas da Yamaha, mas com personalidade própria por não parecer uma mera adaptação. É equilibrado, harmonioso, de bom gosto e, com pintura na tradicional cor Yamaha Racing Blue (aquele azul escuro), muito bonita. Para quem quiser variar, ainda terá as opções de cores prata e preta.
A Yamaha YZF-R15 foi apresentada durante o Festival Interlagos – Motos, em junho. Já revelamos aqui as especificações da esportivinha e até as primeiras impressões de pilotagem, feitas no circuito de Interlagos pelo repórter Alexandre Ciszewski – com uma versão “de pista” mesmo, mas muito similar à que será vendida nas concessionárias Yamaha a partir de novembro.
Agora é hora de fazermos um comparativo: será que valerá a pena comprar a R15, na comparamos com as outras motos de baixa cilindrada do mercado brasileiro? É verdade que não há nenhuma esportivinha carenada nesse segmento, mas ali estão as best-sellers com seus preços razoáveis e conjuntos mecânicos extremamente confiáveis.
Então, objetivamente, vamos aos fatos e aos números. Para começar, o design da R15 é bem legal. Tem identidade com a linha de esportivas da Yamaha, mas com personalidade própria por não parecer uma mera adaptação. É equilibrado, harmonioso, de bom gosto e, com pintura na tradicional cor Yamaha Racing Blue (aquele azul escuro), muito bonita. Para quem quiser variar, ainda terá as opções de cores prata e preta.
Mecânica refinada
Quanto à mecânica, o motor é um inédito monocilíndrico com 155 cm³, injeção e refrigeração líquida, que rende 18,8 cv de potência de 10.000 rpm e torque de 1,5 kgf.m a 8.500 giros. Sim gira lá em cima! A transmissão tem seis marchas, com secundária por corrente e embreagem assistida e deslizante.
Ou seja, claro que a proposta esportiva da moto está muito mais no visual do que no desempenho. Mas qual moto de baixa cilindrada – até 160 cm³ – vendida no Brasil tem arrefecimento líquido, câmbio de seis marchas e embreagem amaciada?
E para quem acha pouco, há mais. A R15 ainda tem balança de alumínio, freios a disco com ABS nas duas rodas (com medidas generosas: 282 mm na frente e 220 mm atrás), pneus larguinhos – 100/80 R17 na frente e 140/70 R17 atrás – e peso de apenas 141 quilos.
Sim, é um conjunto muito bom para uma moto de baixa cilindrada: visual realmente bacana, sem enganação, e pacote mecânico muito decente, sem economias estúpidas. E tudo isso por um preço – prometido – absolutamente interessante: a Yamaha disse, no lançamento, que a moto chegaria por R$ 18.990.
É o valor “de tabela”, sugerido e sem frete nem seguro. Mas ainda que, lá na frente, isso represente um preço final perto dos R$ 21 mil, ainda é uma relação custo/benefício bem interessante. Afinal de contas, você leva para uma casa uma moto realmente diferenciada por um valor apenas um pouco superior aos das urbanas tradicionais – nenhuma delas carenada.
Uma Honda CG 160 na versão mais completa e bacana, a Titan, tem preço de tabela de R$ 15.810. Mas dificilmente chega na sua garagem por menos R$ 18 mil. A mecânica, como todos sabemos, é extremamente confiável e robusta, mas a moto tem motor monocilíndrico refrigerado ar que rende 15,1 cv e 1,5 kgf.m, câmbio de cinco marchas e nada de sofisticações, como ABS, embreagem assistida e que tais.
Claro que pode parecer uma comparação injusta: você provavelmente não vai usar a R15 para trabalhar, fazer entregas e coisas assim, mas também não vai tirar onda de piloto de esportiva em uma CG. A questão, aqui, é qual modelo te entrega mais pelo que você paga – a chamada relação custo/benefício.
O caro leitor também pode argumentar que os R$ 21 mil da R15 chegam perto do preço de tabela de R$ 22 mil da Honda CB 300F Twister ABS, que tem visual e mecânica superiores ao da CG. E a Twister, embora não tenha refrigeração líquida, é equipada com ABS, embreagem assistida, câmbio de seis marchas e motor com 22,4 cv de potência e 2,4 kgf.m de torque. Portanto, números superiores aos da R15.
Mas, neste caso, é preciso lembrar de duas coisas: primeiro, a Twister ABS custa R$ 22 mil na tabela, mas a moto não chega na sua garagem por menos de R$ 24 mil. E, além disso, a Twister é uma naked – e já com certo porte, logo bem diferente do visual “mini-superbike” da R15.
Nas próprias fileiras
Já “em casa”, a R15 poderá roubar compradores da Fazer FZ15 e até da Fazer FZ25. A FZ15 começa em R$ 17.790 já com ABS na dianteira e a FZ25 parte de R$ 21.490 – acrescente a esses dois valores pelo menos mais R$ 1.050 de frete e seguro do frete. Então, temos a menor a quase R$ 18.900 e a maior a R$ 22.550.
De certa forma, estes dois modelos caem na mesma comparação que as duas Honda mencionadas acima: as duas são naked, a menor mais voltada para o uso no trabalho – porém com um pouco mais de glamour que a Honda Titan -, e a maior já é mais completinha e bacana, mas com refrigeração a ar e câmbio de cinco marchas.
Conclusão: a R15 vale a pena?
Se realmente chegar pelos prometidos R$ 18.990 – uns R$ 21 mil na vida real -, a Yamaha YZF-R15 será uma excelente opção para quem almeja uma moto com preço acessível, design bacana e diferenciado, e desempenho razoável – ainda que não exatamente “esportivo”.
Valerá muito a pena para quem quiser ter uma bacana e refinada para uso no transporte diário e em rolés de fim de semana. Mas só para isso, porque instalar baú de entrega em uma R15 será uma espécie de pecado capital sob os olhos dos deuses do motociclismo.